Espiritismo

A Doutrina codificada por Allan Kardec tem caráter científico, filosófico e religioso. Essa proposta de aliança da Ciência com a Religião está expressa em uma das máximas de Kardec, no livro “A Gênese”: O Espiritismo, marchando com o progresso, jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas demonstrarem estar em erro sobre um certo ponto, ele se modificará sobre esse ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará.

O conjunto de princípios e leis revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec e que constituem a Codificação, são: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese.

A Prática Espírita

Toda prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”.

É realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, sob o princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade. O Espiritismo não tem sacerdotes; não adota nem usa, em suas reuniões e atividades: altares, imagens, andores, velas ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.

O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados a conhecê-los e a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.

O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem, e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, em sua maior pureza.

Allan Kardec

No século XIX, um fenômeno agitou a Europa: as mesas girantes. Nos salões elegantes, após os saraus, elas eram alvo de curiosidade e de extensas reportagens, pois moviam-se, erguiam-se no ar e respondiam a questões mediante batidas no chão (tiptologia). O fenômeno chamou a atenção de um pesquisador sério, discípulo do célebre educador Johann Pestalozzi: Hippolyte Léon Denizard Rivail.

Hippolyte, pedagogo francês, poliglota, autor de livros didáticos e adepto de rigoroso método de investigação científica, não aceitou de imediato os fenômenos das mesas girantes, mas procurou estudá-los atentamente. Observou que uma força inteligente as movia e investigou a natureza dessa força, que se identificou como os “Espíritos dos homens” que haviam morrido. Hippolyte fez centenas de perguntas aos Espíritos, analisou as respostas, comparou-as e codificou-as, submetendo tudo ao crivo da razão, não aceitando e não divulgando nada que não passasse por essa análise. E assim nasceu “O Livro dos Espíritos”, em 1857. O professor Hippolyte imortalizou-se adotando o pseudônimo Allan Kardec.